Situação de hidrovia é discutida em reunião no Legislativo
As condições de navegação da hidrovia Tietê-Paraná foram tema de uma reunião no Legislativo na tarde desta sexta-feira (26/6). Ofícios serão enviados à ANA (Agência Nacional de Águas) e ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) solicitando reuniões para discutir alternativas de navegabilidade na hidrovia.
O evento foi realizado pelo Sindasp (Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo) em conjunto com a Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária), apoiado pela Prefeitura e Câmara Municipal.
Além de representantes das entidades que organizaram o evento, também participaram da reunião os vereadores Gilberto Batata Mantovani (PR), Cido Saraiva (PMDB) e Dr. Jaime (PTB), que integram a comissão especial da Câmara criada para estudar e propor soluções para viabilizar a navegação na Hidrovia Tietê-Paraná em Araçatuba e região. O prefeito de Araçatuba Cido Sério (PT), o deputado federal Sinval Malheiros (PV) e agentes políticos da região também acompanharam.
Há mais de um ano, a navegação da hidrovia tem sido interrompida por conta da estiagem e da crise hídrica que atinge o estado de São Paulo. O presidente da comissão especial, vereador Gilberto Batata Mantovani ressaltou a importância do quarto encontro para discutir o tema. “Estamos preocupados com a questão da hidrovia em nossa região, sem navegação há mais de um ano, e nos movimentando para ver esse retorno o mais rápido possível”, disse.
Em 27 de maio deste ano, foi lançada em Brasília a Frente Parlamentar de Portos, Hidrovias e Navegação, que conta com 228 deputados federais e busca discutir a situação da hidrovia. Presente na reunião, o deputado federal Sinval Malheiros (PV), que integra a frente, destacou a importância da malha hidroviária na região. “Nós iremos batalhar muito com essa frente parlamentar, pois é uma hidrovia que serve cinco estados e medidas estão sendo estudadas para que as águas da hidrovia possam ser mais bem aproveitadas neste cenário”, afirmou. Malheiros mostrou preocupação ainda com a possibilidade de fechamento do canal de Pereira Barreto.
No encontro, os participantes também discutiram a flexibilização do uso das águas e lamentaram os impactos negativos da paralisação das atividades na hidrovia, com cerca de 2.500 demissões no estado. “Esse debate é deveras importante e é fundamental que as autoridades discutam a regulação do uso da água. É possível melhorar o uso das águas, pois são os leitos que estão secos”, disse o prefeito Cido Sério (PT).
“Em Barra Bonita, desde o início do ano passado, informativos de redução de calado eram enviados pela Marinha e depois o problema ocorreu na região de Araçatuba por causa da falta de água. As empresas vinham programando para contratar mais barcaças e empurradores, mas houve o contrário, com demissões e o impacto social foi grande”, disse Edson Palmesan, presidente do Sindasp.
Para Raimundo Holanda Cavalcante Filho, presidente da Fenavega, a questão é grave. “O Brasil é um dos maiores exportadores do mundo e 98% do transporte ocorre por meio de navios. A situação do rio Tietê é grave e o fechamento do canal de Pereira Barreto a partir de uma decisão unilateral é preocupante para nós”, assinalou.
Após os debates, os organizadores se comprometeram a encaminhar ofícios e agendar reuniões e solicitar audiências com representantes da ANA (Agência Nacional de Águas) e do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).