Um ato simbólico marcou a inauguração do C.R.M. (Centro de Referência da Mulher), na manhã desta segunda-feira (08/03), Dia Internacional da Mulher. A entidade, mantida pela Secretaria Municipal de Ação Social, funcionará em um imóvel alugado, na rua Chiquita Fernandes, 615, bairro Bandeiras. As vereadoras Edna Flor (PPS), Profª Durvalina Garcia (PT) e Tieza (PSDB) - que no primeiro semestre de 2009 formaram uma comissão especial para viabilizar ações de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica - participaram da solenidade.
 
O prefeito Cido Sério (PT), secretários municipais, integrantes do Conselho Municipal da Mulher e o vereador Joaquim da Santa Casa (PDT), líder do governo na Câmara, também conheceram as instalações.

O Centro de Referência oferecerá atendimento integral e multidisciplinar tanto para a mulher vitimizada quanto para os seus dependentes. A previsão é que as atividades tenham início em 60 dias. "Precisamos mobiliar o prédio, formar e treinar uma equipe mínima para o atendimento", explicou a secretária municipal de Ação Social, Aparecida Severiano Lacerda e Silva. Inicialmente, conforme ela, serão contratados dois psicólogos, dois assistentes sociais, um advogado, um atendente, um auxiliar administrativo, outro de serviços gerais e um segurança. O custo mensal estimado é de R$ 13 mil.

A proposta do C.R.M. é acolher e orientar as mulheres vitimizadas, propiciando-lhes melhores condições de vida por meio de uma rede social de atendimento, que envolverá projetos sociais já existentes e as secretarias do Município. "O Centro vai ajudar a solucionar o problema da violência doméstica. Nosso objetivo é encorajar essas mulheres, tornando-as empreendedoras. Hoje, elas têm medo de denunciar, de sair de casa, porque não são independentes", afirmou Cidinha Lacerda.

As vereadoras da Câmara Municipal lembraram-se da luta pela prestação de um serviço dessa natureza. "Desde 1997, temos a lei que autoriza a criação desse espaço. Somente hoje, ele está saindo do papel e se tornando realidade. Durante 13 anos, a semente plantada aguardou para germinar. Por isso, esse ato tem um sabor de conquista", disse a vereadora e presidente do Legislativo, Edna Flor.

A necessidade de um atendimento especializado também foi enfatizada. "A inauguração desse espaço mostra que a violência doméstica contra a mulher ainda persiste em nossa sociedade. Nesse sentido, é necessário que a mulher vitimizada tenha a quem recorrer", declarou a vereadora Profª Durvalina Garcia. "Bom seria que não precisássemos de uma entidade como essa, mas a violência doméstica é uma realidade e combatê-la é o nosso dever", completou a vereadora Tieza.

O prefeito Cido Sério (PT) falou sobre suas expectativas. "Espero que esse Centro seja um lugar de amor e de acolhimento, para que, assim recebida, a mulher vítima de violência perca o medo de denunciar. Afinal, só acabamos com a violência quando decidimos enfrentá-la", discursou.

A ideia era reformar o prédio da antiga Cadeia Pública de Araçatuba, localizado na rua General Glicério, para abrigar o Centro. Porém, como o imóvel foi cedido pelo governo do Estado ao Município a título precário e a reforma orçada em R$ 1,5 milhão, sua utilização tornou-se inviável. "Cedido dessa forma, o Estado poderia reivindicar o prédio a qualquer momento, ficando com todo o investimento", esclareceu a secretária de Ação Social.

Enquanto o Centro de Referência da Mulher permanecer fechado, as mulheres vitimizadas que necessitarem de ajuda poderão procurar o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), que fica na avenida dos Estados, 553, Jardim Sumaré. O telefone para contato é o (18) 3608-3393.