Platibanda recebe reclamações de carroceiros(Veja Vídeo)
Em 07 de abril deste ano, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Araçatuba, a Prefeitura anunciou cinco novos pontos para o despejo de entulhos e galhos de árvores. A notícia foi um alívio para cerca de setecentos carroceiros, que estavam sem trabalhar havia 90 dias, por falta de locais para o depósito desses materiais. Passados dois meses, porém, as dificuldades desses trabalhadores continuam. Dois dos cinco pontos anunciados foram interditados, após resistência dos moradores.
Os carroceiros estão impedidos de jogar entulhos e galhos de árvores nas áreas localizadas no cruzamento das ruas Luiz Mitidiero e Antônio Rosa Felipe, no Jardim Universo, e entre a rua José Guerra e a avenida Juscelino Kubitschek, no bairro Lago Azul. "Viemos jogar entulho nessas áreas e os moradores não deixaram. Em vez de nos dar respaldo, a Guarda Municipal disse que esses são locais de preservação", afirma o representante dos carroceiros, Luiz Laluce Filho.
O vereador Joel Platibanda (PMN) visitou os locais interditados, onde conversou com carroceiros e moradores. Junto com os vereadores Dr. Nava (PSC) e Olair Bosco (PP), o parlamentar integra a comissão que realiza estudos relacionados ao depósito de entulhos em áreas públicas do município. "A Secretaria de Planejamento é quem ficou responsável por definir os pontos. Mas já faz cinco meses que estão fazendo esse trabalho apenas por mapas, em vez de ir a campo escolher os melhores locais para a população e para os carroceiros, pais de família que precisam trabalhar", diz Platibanda.
RESISTÊNCIA
No Jardim Universo, os moradores afirmam que a área anunciada como ponto de entrega de pequenos volumes de resíduos é para ter outro uso. "Desde 2007, estamos brigando por uma área de lazer nesse local. Não estamos proibindo ninguém de jogar entulho aqui. Só queremos que a Prefeitura limpe e mapeie a área, delimitando onde será a área de lazer e onde será o ponto de entulho", reivindica o morador Mauro Davi de Souza Marques.
No bairro Lago Azul, os moradores também resistem. "Um ponto de entulho próximo a minha casa significa poeira e barulho. Sem contar que fica na entrada do bairro e desvalorizaria nossos imóveis. Eu prefiro que não tenha e vou lutar para isso", garante o morador Vergílio Ribas.
CLANDESTINIDADE
Dos pontos anunciados como regulares, em abril, para o recebimento de entulhos, apenas três permanecem abertos, e já estão superlotados. São eles: final da rua Manoel Vieira da Costa, no Alvorada; esquina das ruas Joana Favarin e Fundadores, no conjunto habitacional Araçatuba G, e cruzamento das ruas J e Daniel Ramos, no Jardim Corazza. "Esses pontos são longe e não estão sendo limpos pela Prefeitura, que não nos está dando respaldo para trabalharmos", lamenta Laluce.
Nessas condições, restam aos carroceiros os pontos clandestinos. "Estamos jogando o material que coletamos em qualquer lugar", diz o representante dos carroceiros. "Muita gente tem jogado na beira de córregos, em estradas de terra. Está essa confusão, porque não tem ponto legalizado", completa o carroceiro Oswaldo Mattos de Oliveira. O trabalhador calcula que a falta de áreas para despejo de entulhos já representa uma redução de 10% em seu rendimento mensal. "Está complicado. Estamos fazendo metade dos carretos que podíamos fazer", lamenta Oliveira.
Até mesmo as áreas interditadas estão recebendo resíduos. "Os carroceiros jogam apenas entulho. Mas as pessoas que moram na região acabam jogando guarda-roupa, carniça, gerando muitos transtornos aos moradores", conta o morador do Jardim Universo.