Parlamentares se unem para intermediar acordo e restabelecer coleta de lixo
A paralisação parcial do serviço de coleta de lixo no município, há duas semanas, foi tema de um amplo debate na Câmara Municipal de Araçatuba durante a fase do Grande Expediente da 10ª sessão ordinária do ano, realizada ontem (07) à noite.
Após a divulgação dos trabalhos da Associação dos Amigos do Autista (AMA) na tribuna do Legislativo, a vereadora Edna Flor (PPS) iniciou a sequência de discursos parlamentares na Casa ao relatar sua preocupação com a situação dos coletores, segundo ela, desmotivados e com problemas relacionados à remuneração e condições de trabalho.
“Estive reunida com um grupo de coletores hoje (ontem) pela manhã, em frente à empresa Revita, e notei que estão cansados, sem perspectivas, há relatos de que alguns já se feriram por conta de cacos de vidros durante a prestação de serviços. Ainda assim, diferentemente do que foi proposto a eles, os coletores não estão fazendo “corpo mole” e seguem se desdobrando diariamente para cumprir a determinação legal de manter ao menos 70% das operações”, afirmou Edna.
Edna Flor disse ainda não ter percebido alguma iniciativa da administração municipal em contribuir para selar um acordo salarial entre a categoria e os representantes da Revita, empresa terceirizada responsável pela coleta de lixo.
Se for necessário, que seja suspenso o pagamento à empresa até que um acordo seja firmado com os trabalhadores para colocar fim a essa paralisação”, completou Edna.
Em seguida, os vereadores Dr. Jaime (PTB), Cabo Claudino (PTdoB), Gilberto Batata Mantovani (PR), Professora Durvalina (PT) e Rivael Papinha (PSB) ocuparam os microfones do Legislativo para expressar as opiniões de cada um.
Dr. Jaime sugeriu à Mesa Diretora da Casa a criação de uma comissão de vereadores para receber os coletores a fim de ouvir as reivindicações da categoria e auxiliar nas negociações com a empresa terceirizada.
“É uma forma de homenagear e reconhecer a importância do trabalho destes coletores e do respeito deles à lei, ou seja, manter a maior parte do efetivo nas ruas para evitar problemas com o acúmulo de resíduos em frente às casas”, explicou o parlamentar.
A proposta foi elogiada pelos outros vereadores que o sucederam nos discursos e dos quais obteve a adesão para compor a comissão. “A reivindicação dos coletores – 11,73% de reajuste salarial – e a contraproposta do segmento patronal (8,5%) estão próximas e creio que um acordo entre as partes está próximo de acontecer. Está prevista uma assembleia nesta terça-feira para discutir a questão”, anunciou cabo Claudino.
Para o vereador Rivael Papinha, enquanto as negociações ocorrem, a Prefeitura deve pagar apenas o equivalente ao serviço prestado no município. “Isso quer dizer que se apenas 70% do trabalho estiver sendo prestado no município, não há razão para a administração municipal pagar pelo trabalho integral. Ela (empresa Revita) precisa sentir o impacto no bolso também”, afirmou Papinha.