Fechamento do Hospital da Mulher repercute na Câmara
O anúncio do encerramento das atividades do Hospital da Mulher a partir de 1º de janeiro de 2016 gerou discussão entre os vereadores durante os trabalhos da 41ª sessão ordinária do ano, realizada na noite de segunda-feira (04/12). Os parlamentares lamentaram o fechamento da unidade, que foi inaugurada em setembro de 2000 pela então prefeita Germínia Dolce Venturolli.
O debate começou quando a vereadora Tieza (PSDB) cobrou providências da Comissão Permanente de Saúde da Câmara. “Estamos passando por um problema muito sério. Essa Casa precisa tomar conhecimento para tentar, inclusive, reverter essa decisão do prefeito Cido Sério e essa irresponsabilidade da Secretaria da Saúde de fechar a maternidade”, afirmou a parlamentar.
A vereadora Edna Flor (PPS) manifestou-se em seguida. Ela disse ter recebido a notícia com surpresa e indignação. “Não é possível que um hospital seja fechado e esta Casa seja informada por um blog. Como é que nós ficamos enquanto Poder Legislativo?”, indagou a vereadora.
Para o vereador Rosaldo de Oliveira (PROS), o fechamento do Hospital da Mulher é mais uma lambança da administração municipal. “Onde já se viu fechar um hospital que trata especialmente da saúde da mulher, que precisa sim passar por manutenções, mas que jamais deve ser fechado da forma com que foi anunciado hoje”, repudiou Rosaldo.
O vereador Dr. Jaime (PTB) explicou que os serviços realizados no Hospital da Mulher são de responsabilidade do Governo do Estado. “Não dá para o Município assumir toda a estrutura da saúde. Todos sabem que a obrigação do Município é a atenção básica. Média complexidade é do Estado”, afirmou Jaime.
O vereador Arlindo Araújo (PPS) criticou a decisão da Prefeitura e lamentou ter sido informado pela imprensa. “Um governo que se diz do diálogo toma uma decisão absurda dessa, de repente, e isso não é uma coisa simples, principalmente no momento em que a gente vive. Falta de sensibilidade. Falta de competência. Falta de comprometimento”, avaliou o parlamentar.
Presidente da Comissão de Saúde, o vereador Rivael Papinha (PSB) também repudiou o fato de a administração municipal não ter consultado os vereadores antes de anunciar o fechamento do Hospital da Mulher. “Deixar bem claro que eu fiquei sabendo hoje. O assunto foi conduzido de maneira desrespeitosa. Em nenhum momento, ouviram a Comissão de Saúde. A Casa deveria ter sido consultada”, opinou Papinha.
Líder do prefeito na Câmara, o vereador Gilberto Batata Mantovani (PR) apresentou um ofício que teria sido enviado pela Prefeitura ao DRS-2 (Departamento Regional de Saúde) comunicando sobre as dificuldades financeiras para manter a unidade. “Hoje, o Hospital da Mulher está gastando R$ 12 milhões, atendendo 60% da região com o dinheiro dos munícipes de Araçatuba. Cada parto no Hospital da Mulher está custando ao Município de Araçatuba R$ 12 mil”, informou Batata.
Os vereadores Dr. Nava (PROS), Carlinhos Santana (PDT) e Prof.ª Durvalina Garcia (PT) também se manifestaram sobre o encerramento das atividades do Hospital da Mulher. “Nós temos que enfrentar esse debate com coragem. É preciso otimizar os recursos para garantir o melhor atendimento da população”, discursou Durvalina.
O vereador Rivael Papinha está em contato com a administração municipal para a realização de uma reunião na Câmara sobre o assunto ainda nesta semana.