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04/04/2014
Edna Flor fala sobre Estaleiro e Golpe Militar na tribuna da Câmara

As investigações do MPF (Ministério Público Federal) em Araçatuba sobre a empresa ERT (Estaleiro Rio Tietê) e os 50 anos do golpe militar de 1964 foram os temas abordados pela vereadora Edna Flor (PPS), na tribuna da Câmara.

Inscrita no Pequeno Expediente da 9ª sessão ordinária do ano, realizada na segunda-feira (31/03), a parlamentar iniciou o seu pronunciamento falando sobre a abertura de inquérito civil público para a apuração de 94 itens relacionados à contratação da empresa naval para a fabricação de 20 comboios destinados ao transporte de etanol.

A doação de área para a instalação do estaleiro, a juntada de documentos cuja autenticidade está sendo questionada, o descumprimento dos prazos para a entrega das primeiras barcaças e empurradores e a relação de autoridades envolvidas na questão com a Petrobras foram alguns dos problemas apontados pela vereadora.

“São muitas as nossas preocupações, mas vamos pacientemente aguardar e acompanhar o andamento do inquérito. Infelizmente, esse fato acontece quando a gente gostaria que esse estaleiro fosse apenas motivo de orgulho para a nossa cidade, motivo de alavancar o desenvolvimento da nossa cidade. E ratificamos mais uma vez que não avalizamos nenhuma lei desta Casa que de alguma forma está envolvida nesta questão do inquérito civil”, discursou Edna Flor.

Em referência aos 50 anos do golpe militar de 1964, completados nesta semana, a vereadora citou inicialmente dois livros. Uma das obras, intitulada “Direito à memória e à verdade”, foi editada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos; a outra, escrita pelo sacerdote católico Dom Paulo Evaristo Arns, relata a luta da igreja contra a ditadura militar.

Em seguida, Edna Flor relembrou as ameaças e atentados que sofreu devido às ações do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Araçatuba, fundado em 1983. “Algumas atividades geraram ameaças à minha família. Nós tivemos prazo para sair da cidade. Não saímos. Graças ao apoio de muita gente, inclusive da Bélgica, permanecemos aqui, morando na mesma residência”, relatou.

De acordo com a parlamentar, o trabalho em defesa da reforma agrária e de uma vida digna para moradores de rua levou o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) – órgão de inteligência do governo brasileiro na época da ditadura militar – a fichá-la. O registro foi descoberto em acesso ao site do Arquivo do Estado de São Paulo (www.arquivodoestado.sp.gov.br/memoriapolitica). “Ainda com maquininha Olivetti o nosso nome foi registrado lá”, divulgou Edna Flor.

Ao som de “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, a parlamentar encerrou o seu pronunciamento mencionando algumas pessoas da cidade e da região que lutaram contra o regime militar. “Eu queria dedicar esses minutos finais à memória dos desaparecidos políticos, às suas famílias, às pessoas que morreram vítimas de abomináveis torturas porque só queriam cidadania, dignidade, democracia”, finalizou.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara: Suzy Faria // Fotos: Angelo Cardoso
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