Comunidade protesta contra serviços executados pelo Daea
Moradores da Rua Hermann Knobbe, no bairro Jardim Monterrey, demonstraram irritação com o Daea (Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba) após a realização de consertos de vazamentos nos últimos meses. A convite da comunidade, o vereador Joel de Melo Platibanda (PMN) ouviu as reclamações e se comprometeu a levá-las ao conhecimento do prefeito Cido Sério (PT).
Segundo eles, mesmo após a recuperação das redes de abastecimento de água das residências, os funcionários da autarquia responsáveis pelas obras não taparam os buracos abertos num trecho da rua e na calçada para efetuar os reparos. O afundamento em parte da calçada, diversas rachaduras nos muros e danos em portões são alguns dos prejuízos alegados pelos moradores.
O aposentado Ciro de Paulo era um dos mais revoltados com a situação. "Havia um cano do lado externo da minha residência pelo qual vazava água. Após ter insistido desde o mês de dezembro do ano passado para o Daea resolver o problema, os funcionários só vieram no mês de fevereiro deste ano, na terça-feira de carnaval. Desde então, após ter consertado o vazamento, eles não voltaram para recuperar a rua e a calçada, que ficou afundada devido à vazão de água", afimou.
Com uma conta de água em mãos, o aposentado protestou contra o que chamou de descaso da autarquia, que lhe mandou anexo à fatura o valor do conserto do vazamento: R$ 28,75.
"Além de ser obrigado a pagar por um serviço incompleto, ainda tenho de lidar com a deterioração do meu imóvel, cujo muro já está prestes a cair na calçada devido ao vazamento de água. Não consigo abrir o portão da minha própria casa", lamentou.
Vizinha do aposentado, a costureira Odaira dos Santos ratificou a queixa e disse ainda que após a intervenção do Daea no local o piso da garagem da sua casa também apresenta problemas. "Meu maior medo é que este muro caia e alguém venha a sofrer um acidente grave pela imprudência destes funcionários", afirmou.
Saúde
O prejuízo alegado pela vendedora Nair Nalesso supera a questão estrutural da casa: a saúde emocional da família também foi afetada após as conseqüências do conserto de um cano que se rompeu no mês de agosto do ano passado.
"Meu marido sofreu um princípio de derrame ao constatar a queda de parte dos azulejos em torno da pia e do teto causada pelas obras para sanar o vazamento. Com o rompimento da torneira da pia, minha cozinha foi tomada pela água e meu marido passou mal ao presenciar tudo isso. Se ele não fosse atendido em tempo, algo de pior poderia ter acontecido", relembrou a vendedora, emocionada.
Entre outros problemas atribuídos à intervenção dos funcionários da autarquia, estão a dificuldade de escoamento de água do quintal para a área externa da casa, rachaduras em todas as partes do imóvel e problemas com o portão, o que obriga a família a fazer força para abrir e fechar a principal via de acesso à casa.
Platibanda também não disfarçou o inconformismo com as consequências dos serviços executados pela autarquia e reafirmou que vai acionar o prefeito e Daea para cobrar explicações e providências.
"Quero saber do prefeito quem vai responder pelas rachaduras e demais prejuízos encontrados com estes moradores. Além de fazer um serviço pela metade, eles ainda mandaram a conta para as pessoas como quem tivesse prestado um serviço completo, o que não aconteceu", afirmou.