Camelódromo desrespeita lei de acessibilidade(Veja Vídeo)
O Camelódromo Luiz Carlos Rister, de Araçatuba, não oferece condições satisfatórias de acesso a pessoas com deficiência. Instalado em uma área de 600 metros quadrados, o centro de compras não possui banheiros adaptados para cadeirantes. Os 118 boxes existentes no local também não apresentam desnível adequado para a entrada da cadeira de rodas. Os problemas foram relatados por frequentadores do espaço ao vereador Joel de Melo Platibanda (PMN).
Um alto degrau, uma porta estreita, a ausência de corrimãos e de espaço suficiente para a manobra da cadeira de rodas impedem o comerciante Nilson Neves de usar o banheiro do camelódromo municipal. "Não sei nem como é lá dentro, porque não consigo entrar. Quando dá vontade de ir ao banheiro, preciso ir embora para a casa", revela. Para beber água, outro desafio, já que o bebedouro também não está adaptado para atender pessoas com deficiência. "Não tem jeito. A acessibilidade é um direito previsto em lei, porém não respeitado", protesta Neves.
Já a dona de casa Vilma Marques da Silva, que também é cadeirante, precisou da ajuda do cunhado para usar o banheiro do camelódromo. "Ele me pegou no colo, colocou-me lá dentro e esperou", conta ela.
Proprietário de um dos boxes do camelódromo há oito anos, o deficiente físico Sérgio Hernandes Reis improvisa para fazer suas necessidades fisiológicas. "Uso um vidro de maionese e um balde. Posso ser flagrado por qualquer cliente. É constrangedor", admite. Se não bastasse essa situação, para controlar o nível de triglicérides, o comerciante faz uma dieta que afeta o metabolismo intestinal. "Por isso, sempre trago também uma nova troca de roupa, para evitar imprevistos".
Conforme o presidente da AAFVAA (Associação dos Ambulantes, Feirantes e Vendedores Autônomos de Araçatuba), José Gomes de Oliveira, a Prefeitura já está ciente dos problemas. "Representantes da Secretaria de Obras estiveram aqui no ano passado e prometeram a reforma dos banheiros. Até agora, porém, nada foi feito. Permanecemos apenas nas promessas", afirma.
O vereador Joel de Melo Platibanda (PMN) se comprometeu a levar as reivindicações de comerciantes e usuários do centro de compras ao prefeito Cido Sério (PT). "Exigem dos estabelecimentos comerciais privados a adaptação à lei de acessibilidade, porém não fazem a parte deles", critica o parlamentar.
A acessibilidade para as pessoas com deficiência está prevista nas Leis 10.048 e 10.098, ambas do ano 2000, e regulamentadas pelo Decreto 5.296, de 2004.