Com cartazes nas mãos, artistas de Araçatuba compareceram à 8ª sessão ordinária do ano da Câmara para protestar contra o fechamento da Oficina Cultural Silvio Russo no município. A medida foi anunciada pelo governo do Estado de São Paulo e teve como motivo o corte de despesas.

Durante o uso da tribuna, o produtor cultural Alexandre Melinsky, que se pronunciou em nome do grupo de artistas locais, falou sobre a comissão de movimento contra o fechamento da oficina. No final de semana, o grupo fez uma passeata pela cidade contra a decisão anunciada pelo governo estadual.

Melinsky considerou a decisão “arbitrária” e “anti-democrática”. “A oficina cultural Silvio Russo se tornou um equipamento de aglutinação cultural e de referência na formação artística para 40 municípios da região. Nós passaremos a ser subordinados à região de Presidente Prudente, o que traz grande prejuízo a todos. E saber que a oficina existia há oito anos aqui na cidade”, disse.

Uma nova reunião será realizada pelos artistas na quarta-feira, no Teatro Castro Alves. Os artistas pretendem enviar uma nota de repúdio ao governo do Estado de São Paulo, à secretaria de Estado da Cultura e à Poiesis, organização social gestora das oficinas culturais. “Nós pedimos a adesão e o apoio da Câmara porque não estamos satisfeitos com a forma como foi tomada essa decisão do fechamento a partir de abril. Pedimos que todos se sensibilizem e que o governador Geraldo Alckmin reveja essa decisão”, destacou.

O pronunciamento repercutiu entre os vereadores. A vereadora Tieza (PSDB) se mostrou preocupada com o assunto e afirmou que o contingenciamento de recursos atinge todo o Estado. “Essa decisão de extinguir cinco unidades no interior e três na capital nos preocupou. A gente sabe que as oficinas culturais são a menina dos olhos de vários secretários e de várias equipes técnicas da secretaria da Cultura, mas estamos vivendo um momento de contingenciamento de recursos. Soube que neste programa escolheram cortar as oficinas nos municípios que pagavam aluguel”, disse.

O vereador Gilberto Batata Mantovani (PR), líder do prefeito na Câmara, criticou a medida do governo estadual. “É vergonhoso que o governo pede para fechar uma oficina que atende há oito anos em nosso município. Vai cortar as oficinas em cinco cidades por causa de aluguel. Eu não posso aceitar isso. Vamos fazer um ofício para que essa oficina seja mantida”, afirmou.

As vereadoras Edna Flor (PPS) e Profª Durvalina (PT) manifestaram apoio ao movimento dos artistas. “É nosso dever unir esforços para buscar a revisão dessa decisão. Eu fico feliz quando o protagonismo é da sociedade civil. Contem conosco”, disse Edna. “Tirar verba da cultura vai empobrecer a sociedade. A verba da oficina cultural é insignificante perto do orçamento da secretaria de Estado da Cultura. É preciso manter essa chama cultural”, completou Profª Durvalina.