O Grupo Amor-Exigente de Araçatuba inaugurou na manhã de ontem (20) a sede própria da entidade depois de vinte anos de atuação no município.

Ao longo dos anos, o atendimento era realizado em diversos lugares e, ultimamente, os encontros eram realizados no subsolo da Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida, localizada na região central. 

A solenidade contou com a presença da vereadora Tieza (PSDB), do prefeito Cido Sério e da diretoria e voluntários da instituição, que atua na prevenção às drogas e dá apoio às famílias e a jovens dependentes químicos.

Entre os convidados especiais estavam a presidente da Federação Brasileira do Amor-Exigente, Mara Silvia Carvalho de Menezes e ex-dependentes que se recuperaram na instituição.

De acordo com a vice-presidente do Amor-Exigente local, professora Adalberta Fortes Martins, o novo prédio, construído em uma área cedida pela Prefeitura na Avenida Prestes Maia (Jardim TV) é composto por um salão de aproximadamente 200 metros quadrados.

Ele conta com quatro salas, dois banheiros, ambos adaptados para deficientes físicos, e uma cozinha. A obra teve início em outubro do ano passado e consumiu cerca de R$ 70 mil.

A verba foi conseguida graças à arrecadação proveniente da venda de óleo de cozinha usado doado pela comunidade, da comercialização de garrafas tipo pet e de repasses de subvenções do Comdica (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).

"É a concretização de um sonho e a certeza de que poderemos ampliar consideravelmente o número de dependentes e famílias atendidas", disse.
Antes da inauguração oficial, há cerca de dois meses, os atendimentos já eram realizados no local. Segundo ela, neste período praticamente duplicou o número de participantes. "Vamos nos mobilizar para construir mais duas salas e um galpão para armazenar o óleo arrecadado", completou.

Legislação

A destinação correta do óleo de cozinha usado por restaurantes, bares e similares é regida por uma lei municipal, cujo projeto é do vereador Arlindo Araújo (PPS), aprovado no dia 8 de outubro de 2008, tornando obrigatória a coleta seletiva do produto utilizado por esses estabelecimentos comerciais.

A iniciativa tem um apelo socio-ambiental significativo, dada à capacidade de contribuir efetivamente para a manutenção das atividades realizadas pelo grupo e ao mesmo propõe que seja proibida a prática de se lançar o óleo usado na rede de esgoto, o que gera a contaminação dos mananciais e o encarecimento do tratamento e consumo da água.

"Graças à iniciativa do vereador Arlindo conseguimos mobilizar um expressivo número de restaurantes e bares para doarem o óleo usado e assim conseguimos um parceiro, a Almad, que usa este produto como matéria-prima para fabricação de ácidos graxos", afirmou a vice-presidente.

Conforme dados apresentados pela própria vice-presidente da instituição, são recolhidos de 2,5 mil a 3 mil litros de óleo por mês no município, um número bem abaixo da marca de 12 mil litros que poderiam ser arrecadados dada à potencialidade dos estabelecimentos com condições de doar o produto.

 "As adesões têm sido gradativas e temos a esperança de que conseguiremos aumentar nossa captação do óleo usado", concluiu.