Dia da Consciência Negra: roda de conversa traz reflexão sobre postura antirracista
Testemunhos de quem viveu (literalmente) na própria pele ataques racistas e a importância de estimular narrativa e atitude antirracistas dominaram a primeira edição de uma roda de conversa realizada nesta quarta-feira (19) na sala de sessões da Câmara de Araçatuba.
O evento está previsto na Lei Municipal nº 8.606/2023, que cria a Semana Municipal da Consciência Negra, em que está prevista a realização de atividades educativas e culturais alusivas à data.
A presidente da Câmara, vereadora Edna Flor (Podemos), abriu os trabalhos da noite destacando a importância de refletir sobre a luta histórica do povo negro por igualdade e respeito. “Há de ser reconhecer a contribuição da população negra para a formação social e cultural do País”, completou Edna.
A exemplo da vereadora Edna Flor, a vice-prefeita, Nice Zucon (PL), representantes do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), da Associação Afro de Empreendedorismo e Cultura, do Centro de Tradições Afro de Araçatuba e universitários da Fundação Educacional de Araçatuba (FEA) compuseram a mesa de trabalhos do encontro.
Cada participante abordou temas ligados à sua área de representação, com destaque para a legislação municipal ligada ao tema da roda, avaliação de conquistas e desafios do Compir, balanço de ações culturais desenvolvidas no município, incluindo a mostra de Teatro Negro, e uma análise sobre a proposta de inclusão na Agenda 2030 do objetivo de desenvolvimento sustentável ligado à igualdade racial.
Nas galerias, alunos do ensino médio da Escola Vitor Antônio Trindade acompanharam as apresentações de cada integrante da mesa.
Relatos da vice-prefeita que afirmou já ter vivido episódios de preconceito em razão da cor da pele quando foi a uma loja da cidade e ao visitar uma amiga em um prédio residencial sensibilizaram as pessoas que participavam do evento.
O assessor parlamentar Ricardo Godoy, indígena e representante da etnia Terena, também revelou ter vivenciado episódios de preconceito contra sua origem. “Respeito não tem cor, etnia também não”, completou.
Todos concordaram que as discussões sobre o combate ao racismo devem ser diárias, tais quais as práticas antirracistas, independentemente da cor da pele, e envolver todas as pessoas, desde a infância.
“Foi um momento muito importante, sobretudo pela diversidade do público que compareceu e pelos relatos aqui expostos que ainda mostram a necessidade de uma postura antirracista”, ponderou Edna Flor.




