A violência e a segurança no ambiente escolar predominaram na 10ª Sessão Ordinária do ano, realizada na segunda-feira (10/04). O assunto foi introduzido pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que enviou representante à Câmara para divulgar manifesto público já entregue ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O documento, apresentado pelo professor e ex-vereador Cláudio Henrique da Silva, denuncia o desmonte das políticas de convivência, saúde emocional, assistência social e segurança dentro das escolas, exigindo providências.

“Havia nas escolas um professor que mediava os conflitos entre os estudantes e realizava trabalhos voltados à prevenção do preconceito e à cultura de paz. Com a reforma da Previdência, esse profissional sumiu das escolas e está fazendo muita falta”, declarou Cláudio.

Além da retomada do programa de mediação escolar, a Apeoesp está cobrando psicólogos em todas as escolas, policiamento ostensivo no entorno das unidades escolares, contratação de mais funcionários por meio de concurso público, valorização dos profissionais da Educação, melhores estruturas físicas e pedagógicas e o fim da superlotação das salas de aula.

“É importante que os vereadores levem o nosso pleito ao prefeito Dilador Borges (PSDB). Esperamos que o dinheiro disponibilizado pelo governo federal aos estados e municípios chegue rápido em Araçatuba para inibir esse problema”, afirmou o professor.

Ele, ainda, alertou a comunidade para as mensagens divulgadas em redes sociais e aconselhou os pais a acompanharem o que os filhos fazem na internet. “Qualquer movimentação deve ser observada e denunciada”, disse o representante da Apeoesp.

DEBATE –

Após a fala do professor Cláudio Henrique da Silva na tribuna da Câmara, alguns vereadores se manifestaram sobre o assunto. Maurício Bem Estar (PP) foi um deles, anunciando que já se reuniu com a Secretaria Municipal de Segurança Pública para a busca de soluções. “Já tem guardas municipais fixos nas escolas do município”, comunicou.

O vereador Wesley da Dialogue (Podemos) disse que o problema não é só de segurança, mas também de saúde pública. “Atrelado às ações de reforço da segurança nas escolas, nós temos que pensar em políticas que deem suporte para o psicológico da comunidade escolar como um todo”, ponderou.

Para o vereador Luís Boatto (MDB), a Prefeitura de Araçatuba está maquiando a situação. “A Guarda Municipal está presente em apenas 30 das 65 escolas municipais e não tem nem armamento, nem munição para essa proteção. A defesa das nossas crianças nas escolas está sendo feita com uma tonfa”, denunciou o parlamentar.

Líder do governo municipal na Câmara, o vereador Dr. Jaime (PSDB) rebateu as declarações. “Não é com armas que vamos defender as crianças. Segurança pública se faz com inteligência, principalmente. Outra questão: a segurança pública é obrigação do governo do Estado”, opinou.